O Ministério Público de Goiás (MPGO) informou, nesta sexta-feira (11/2), que instaurou investigação contra o prefeito de Pirenópolis, Nivaldo Melo (PP), depois de o Metrópoles revelar que alunos da rede municipal de educação receberam tarefa escolar com foto do político para que escrevessem o nome dele. A prefeitura disse que o material “sofreu alterações”.’
Em nota ao portal, o MPGO informou que já abriu investigação para apurar o caso, que, conforme mostrou a reportagem, revoltou pais de alunos por entenderem que a foto do prefeito configura “propaganda política e abuso do poder político”. Eles também reclamaram que os estudantes só terão quatro aulas presenciais neste mês, cada uma com duas horas.
O MP informou que a prefeitura tem dez dias para explicar a presença da foto do prefeito no material escolar. Também terá de esclarecer o motivo de as aulas presenciais ainda não terem voltado regularmente.
“Desqualificação pedagógica”
Também por meio de nota, a Prefeitura de Pirenópolis confirmou ao Metrópoles que a imagem de Nivaldo Melo está em “um pequeno trecho do caderno de atividades A, elaborado pelos profissionais da Unidade Escolar Municipal em 2021 e utilizado nas demais turmas do 5°ano em 2021 e 2022, como sondagem do desenvolvimento da aprendizagem”.
A prefeitura informou que o fato está sendo apurado pela equipe pedagógica da Secretaria Municipal de Educação e que os alunos serão orientados a desconsiderar as questões citadas. O município, porém, não divulgou a data para o retorno das aulas presenciais, regularmente.
Entenda o caso
Um caderno apresenta o texto “A grande descoberta”, para, em seguida, os alunos fazerem os exercícios de interpretação. A legenda pede para eles escreverem o nome do título e da professora e pergunta se o nome dela é um substantivo comum ou próprio.
No exercício seguinte, a atividade pede para os estudantes escreverem o nome de cada uma das quatro imagens apresentadas: uma máscara, a cidade de Pirenópolis, a foto do prefeito Nivaldo Melo e uma caneta.
“Abuso”
A foto do prefeito é exatamente a mesma que ele usou oficialmente nas urnas, cadastrada junto à Justiça Eleitoral, o que, conforme criticam os pais, configura “propaganda política e abuso do poder político”.