Ministros integrantes do Centrão, que vem se esforçando ao longo do mandato do governo Bolsonaro para apaziguar a relação dele com o STF, aprovaram a conduta do presidente nos últimos dias, mesmo contrariado com a ordem de Alexandre de Moraes para que ele deponha presencialmente na Polícia Federal.
Os ministros Ciro Nogueira, Flávia Arruda e Fábio Faria, respectivamente da Casa Civil, da Secretaria de Governo e das Comunicações, todos com assento no Palácio do Planalto, temiam que o episódio levasse Bolsonaro retomar o nível de ataques ao STF anterior ao 9 de setembro,
quando o presidente divulgou uma carta, escrita a quatro mãos com Michel Temer, prometendo respeitar as instituições e a democracia.
Houve uma divisão no governo quanto a isso. No Palácio,
Augusto Heleno defendeu que Bolsonaro explodisse com Alexandre de Moraes. Em sua avaliação, o inquérito não tem legitimidade, portanto recorrer foi legitimá-lo.
“Tudo tem um limite. Eu jogo dentro das quatro linhas, e quem for jogar fora das quatro linhas não vai ter o beneplácito da lei. Se quiser jogar fora das quatro linhas, eu jogo também”, disse o presidente.
Rafaela Felicciano/Metrópoles
Daniel Ferreira/Metrópoles